O A Organização Mundial de Saúde (OMS), define saúde como: “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou de enfermidade".
Importante compreender que o cuidado em saúde e saúde mental deve ser pensado de forma ampliada, ou seja, considerando os determinantes sociais da saúde nos quais estão relacionados às condições em que uma pessoa vive e trabalha. Portanto, devem ser considerados os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, de identidade de gênero e orientação sexual, aspectos psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e fatores de risco à população, tais como moradia, alimentação, escolaridade, renda e emprego.
O cuidado e tratamento à pessoa que apresenta qualquer grau de sofrimento como angústias, medos, conflitos intensos, entres outros, só será possível que seja feito com êxito se levar em consideração as vulnerabilidades, o contexto social e econômico no qual está inserida.
A Política Estadual de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas preconiza que o cuidado em saúde mental às pessoas com transtorno mental e/ou necessidades decorrentes do uso prejudicial de álcool e outras drogas, deve ser realizado nos serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do Sistema Único de Saúde (SUS) de referência do município. Portanto, o SUS dispõe de serviços que ofertam assistência em saúde mental à população de acordo com sua demanda, respeitando a singularidade e autonomia do usuário na construção e responsabilização pelo seu processo de cuidado.
O Estado de Minas Gerais, dispõe de cobertura de equipes de saúde nas Unidades Básicas de Saúde da Atenção Primária à Saúde nos 853 municípios. Sendo que há um quantitativo expressivo de, aproximadamente 893 serviços de saúde mental.
Destaca-se entre os serviços especializados, o Centro de Atenção Psicossocial é um serviço que funciona continuamente de porta aberta e atende toda a população, atende usuários com sofrimento mental e aqueles que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas.
Quando uma reação psicossocial considerada esperada aparenta estar se tornando algo sintomático que necessita de avaliação de um profissional de saúde?
Importante observar se os sinais/ sintomas persistentes impactam de forma significativa o funcionamento social e cotidiano.
Se a pessoa apresenta sofrimento intenso, ideação suicida, dificuldades profundas na vida familiar, social ou no trabalho, histórico de sofrimento mental (Depressão, transtorno mental grave, transtorno por estresse pós-traumático ou uso prejudicial de álcool e outras drogas) no qual aparenta haver alguma instabilidade do quadro clínico.
Atenção à crise
Em situações de crise, o sofrimento mental se torna insuportável para o sujeito e/ou para aqueles que o cercam. Na constatação de uma crise, é indicado a intervenção de um profissional de Saúde.
Sinais de crise
- Desvitalização intensa (o paciente não se levanta da cama, não toma banho, não conversa, etc);
- Inquietude psicomotora acentuada;
- Desorganização da fala;
- Desorganização do comportamento (não consegue cuidar de si e das próprias coisas; adquire atitudes e hábitos extravagantes).
- Ruptura com as atividades habituais;
- Isolamento acentuado (passa a maior parte do tempo no quarto, afasta-se do convívio familiar e social);
- Errância (fugas de casa, mudanças de cidade, andanças pelas ruas ou estradas);
- Atividade delirante-alucinatória (o paciente sente-se perseguido, tem seus pensamentos adivinhados, ouve vozes, etc);
- Perda de controle sobre os próprios pensamentos e atos (o paciente sente-se teleguiado, as vozes o mandam fazer coisas que não quer, seus pensamentos lhe são impostos, etc);
- Perturbação de funções vitais, como a alimentação e o sono;
- Situações de risco para o paciente ou terceiros (o paciente fala e faz coisas que o expõem muito ou o colocam em risco: envolve-se em sérios conflitos com a família e os vizinhos, fala e age de forma muito bizarra; ameaça ou tenta suicídio; ameaça ou agride outras pessoas).
